A história do HOPI HARI

17 de mar. de 2012

O di­a 27 de novembro de 1999 foi um marco para a história dos parques de diversões no Brasil. Nesse dia, foi inaugurado em Vinhedo, interior de São Paulo, o Hopi Hari, primeiro grande parque temático do país.
O empreendimento do grupo Playcenter e da holding GP Investimentos trouxe à cena um novo conceito. O parque nasceu não apenas como mais um lugar cheio de brinquedos emocionantes, mas como um país fictício com hino, bandeira, povo e idioma próprios (hopês, uma mistura de línguas européias) e uma colorida e inconfundível identidade visual.
A idéia causou entusiasmo na mídia, que chegou a chamar o projeto de Disney brasileira. O conceito, desenvolvido pela Taterka Comunicações, foi mesmo inspirado no norte-americano Magic Kingdom, da Disney, e explorou o universo da fantasia, alegria e aventura.
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Kaminda Mundi, do Hopi Hari
Divulgação
Kaminda Mundi, uma das
­áreas temáticas do Hopi Hari
­A inspiração não ficou apenas na temática, mas também no público alvo. O novo parque apostou em um modelo para toda a família, em contraste aos demais centros de diversões que focavam nos adolescentes e jovens. Com esse objetivo, o parque foi dividido em áreas temáticas com brinquedos e atrações para idades e gostos diferentes: espaço principal (Aribabida), com os brinquedos mais famosos; civilizações antigas (Mistieri), para os que gostam de sustos e emoção; espaço infantil (Infantasia), para as crianças pequenas, e velho oeste (Wild West) e espaço “mundial” (Kaminda Mundi), para quem procura diversão sem grandes emoções.
A intenção dos administradores do Playcenter de construir um parque temático no interior foi anunciada em meados de 1995. Em setembro de 1996 o projeto estava pronto e tinha nome: Great Adventure Park (Parque da Grande Aventura, em inglês). Em 1999, porém, a organização abandonou o nome pelo atual.
Hopi Hari faz referência a divindades fictícias ligadas a Zeus: o deus do amor (Hopi) e a deusa da aventura (Hari). A troca de nome tem a ver com a criação de um vocabulário próprio para o parque e com a necessidade dos administradores de diferenciar o novo empreendimento do Playcenter, pertencente ao mesmo grupo, em que todas as atrações têm nomes em inglês.
A escolha do local
O local onde o parque seria construído foi escolhido a dedo. Fica a menos de 40 minutos da capital de São Paulo, pólo econômico do país, e a 15 minutos de Campinas. Tem um dos climas mais favoráveis do país: a temperatura anual média é de 24º C, segundo estudos do Instituto Agronômico de Campinas.
Mas o parque enfrentou dificuldades por conta de desentendimentos com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A área onde está situado é formada por mata nativa. A construção chegou a ser embargada em dezembro de 1997 por falta de documentos referentes aos impactos ambientais. Acertada a papelada, as obras foram retomadas em abril de 1998.
Construído inicialmente em uma área de 350 mil m² (hoje são 760 mil m²), o Hopi Hari consumiu investimentos da ordem de R$ 320 milhões, segundo o jornal Valor Econômico. O dinheiro não veio inteiramente dos bolsos do grupo Playcenter e da GP Investimentos. Parte foi injetada por patrocinadores, como Telefonica, Motorola, Bradesco.
O parque demorou cinco anos para ficar pronto. Somente a montagem da Montezum, quinta maior montanha-russa de madeira do mundo e principal atração do parque, durou 18 meses.
Montezum, montanha-russa do Hopi Hari
Divulgação
Montezum, montanha-russa do Hopi-Hari
­Em 12 de outubro de 1999, dia das crianças, o Hopi Hari abriu suas portas para visitantes convidados por um período de testes que se estendeu até 27 de novembro. Nesse intervalo, um acidente em uma das montanhas-russas chamou a atenção da mídia e ameaçou abalar a euforia em torno da inauguração. Um grupo de 30 pessoas ficou parado por 20 minutos na Montezum a uma altura de 25 metros e teve que deixar a atração pela escada lateral, paralela aos trilhos. Problemas no freio de um dos carrinhos, que parou antes da hora, obrigaram os funcionários a frear o outro, com os 30 visitantes, no meio do caminho em direção ao topo do brinquedo para evitar uma colisão.
Ninguém saiu ferido, o brinquedo voltou a funcionar novamente e 23 mil pessoas compareceram no dia oficial da inauguração (o parque tem capacidade para receber até 25 mil pessoas por dia). De lá até 2008, 15 milhões de pessoas passaram pelo Hopi Hari.­­

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